Leia o soneto “Não comerei da alface a verde pétala”, de Vinicius de Moraes,
Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem mais aprouver fazer dieta.
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem mais aprouver fazer dieta.
Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.
Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro; deem-me feijão com arroz
E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei, feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.
(Vinicius de Moraes. Livro de sonetos, 2009.)
No soneto, o eu lírico mostra-se
a) animado por comer tudo o que lhe causa prazer.
b) empolgado por conseguir comer com parcimônia.
c) incomodado com aqueles que comem além do necessário.
d) resignado com a necessidade de ter de fazer dieta.
e) ressentido com aqueles que conseguem se manter na dieta.
A animação do eu lírico provém do fato de ele comer
os alimentos de que ele gosta, não se importando com
a quantidade de calorias que eles possuem e nem com
os problemas de saúde que possam advir dessa
ingestão. Descarta-se a alternativa b, porque o eu
lírico não vai comer com parcimônia, isto é, pouco,
com economia. Deseja regalar-se sem contenção.
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