TEXTO I
Canção do Expedicionário
Você sabe de onde eu venho?Venho do morro, do engenhoDas selvas, dos cafezaisDa boa terra do cocoDa choupana onde um é poucoDois é bom, três é demaisVenho das praias sedosasDas montanhas alterosasDos pampas, do seringalDas margens crespas dos riosDos verdes mares braviosDa minha terra natalPor mais terras que eu percorraNão permita Deus que eu morraSem que volte para láSem que leve por divisaEsse V que simbolizaA vitória que viráNossa vitória finalQue é a mira do meu fuzilA ração do meu bornalA água do meu cantilAs asas do meu idealA glória do meu BrasilEu venho da minha terraDa casa branca da serraE do luar do meu sertãoVenho da minha MariaCujo nome principiaNa palma de minha mãoBraços mornos de MoemaLábios de mel de IracemaEstendidos pra mimÓ minha terra queridaDa Senhora AparecidaE do Senhor do BonfimVocê sabe de onde eu venho?É de uma Pátria que eu tenhoNo bojo do meu violãoQue de viver em meu peitoFoi até tomando jeitoDe um enorme coraçãoDeixei lá atrás meu terrenoMeu limão, meu limoeiroMeu pé de jacarandáMinha casa pequeninaLá no alto da colinaOnde canta o sabiáVenho do além desse monteQue ainda azula no horizonteOnde o nosso amor nasceuDo rancho que tinha ao ladoUm coqueiro que, coitadoDe saudade já morreuVenho do verde mais beloDo mais dourado amareloDo azul mais cheio de luzCheio de estrelas prateadasQue se ajoelham deslumbradasFazendo o sinal da cruz
DE ALMEIDA, G.; ROSSI, S. Canção do Expedicionário., 1944. Disponível em: https://www.letras.mus.br/exercito-brasileiro/690032/.
Acesso em: 11 abr. 2024.
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