Leia o poema da escritora portuguesa Florbela Espanca, publicado originalmente em 1919.
Vaidade
Sonho que sou a Poetisa eleita,Aquela que diz tudo e tudo sabe,Que tem a inspiração pura e perfeita,Que reúne num verso a imensidade!Sonho que um verso meu tem claridadePara encher todo o mundo! E que deleitaMesmo aqueles que morrem de saudade!Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!Sonho que sou Alguém cá neste mundo...Aquela de saber vasto e profundoAos pés de quem a terra anda curvada!E quando mais no céu eu vou sonhando,E quando mais no alto ando voando,Acordo do meu sonho... E não sou nada!...
(Florbela Espanca. Poemas, 1996.)
As duas primeiras estrofes do poema caracterizam-se, sobretudo, pelo seu teor
a) metalinguístico.
b) moralista.
c) engajado.
d) irônico.
e) nostálgico.
Metalinguagem é o fenômeno em que o código se volta
sobre si mesmo, discorre sobre o próprio código. Esse
processo se manifesta nas duas estrofes iniciais de
“vaidade’ , de Florbela Espanca, em que o eu lírico
declara que era poetisa eleita , pois produzia versos
que deleitavam o mundo.
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