(UNESP 2016) - QUESTÕES

As questões de 01 a 04 tomam por base uma crônica de Luís Fernando Veríssimo.

A invasão 
   A divisão ciência/humanismo se reflete na maneira como as pessoas, hoje, encaram o computador. Resiste- -se ao computador, e a toda a cultura cibernética, como uma forma de ser fiel ao livro e à palavra impressa. Mas o computador não eliminará o papel. Ao contrário do que se pensava há alguns anos, o computador não salvará as florestas. Aumentou o uso do papel em todo o mundo, e não apenas porque a cada novidade eletrônica lançada no mercado corresponde um manual de instrução, sem falar numa embalagem de papelão e num embrulho para presente. O computador estimula as pessoas a escreverem e imprimirem o que escrevem. Como hoje qualquer um pode ser seu próprio editor, paginador e ilustrador sem largar o mouse, a tentação de passar sua obra para o papel é quase irresistível. 
   Desconfio que o que salvará o livro será o supérfluo, o que não tem nada a ver com conteúdo ou conveniência. Até que lancem computadores com cheiro sintetizado, nada substituirá o cheiro de papel e tinta nas suas duas categorias inimitáveis, livro novo e livro velho. E nenhuma coleção de gravações ornamentará uma sala com o calor e a dignidade de uma estante de livros. A tudo que falta ao admirável mundo da informática, da cibernética, do virtual e do instantâneo acrescente-se isso: falta lombada. No fim, o livro deverá sua sobrevida à decoração de interiores. (O Estado de S.Paulo, 31.05.2015.) 

01. QUESTÃO - De acordo com o cronista, a ideia que se tinha há alguns anos, de redução de consumo de papel em razão do emprego generalizado de computadores, revelou-se
(A) plausível.
(B) improcedente.
(C) comprovável.
(D) imponderável.
(E) procedente.

02. QUESTÃO - Os termos “o uso do papel” e “um manual de instrução” (1º parágrafo) se identificam sintaticamente por exercerem nas respectivas orações a função de
(A) objeto direto.
(B) predicativo do sujeito.
(C) objeto indireto.
(D) complemento nominal.
(E) sujeito.

03. QUESTÃO - Em “falta lombada” (2º parágrafo), o cronista se utiliza, estilisticamente, de uma figura de linguagem que
(A) representa uma imagem exagerada do que se quer exprimir.
(B) se baseia numa analogia ou semelhança.
(C) emprega a palavra que indica a parte pelo todo.
(D) emprega a palavra que indica o todo pela parte.
(E) se baseia na simultaneidade de impressões sensoriais.

04. QUESTÃO - Com a frase "No fim, o livro deverá sua sobrevida à decoração de interiores" (2º parágrafo), o cronista sugere que 
(A) o interesse pela leitura, a longo prazo, tenderá a desaparecer. 
(B) o livro se transformará numa antiguidade para colecionar. 
(C) os objetos de decoração serão, aos poucos, substituídos por livros. 
(D) a decoração de interiores garantirá a sobrevivência do livro. 
(E) a decoração de interiores continuará existindo em função dos livros.    










01. QUESTÃO - B
O trecho que confirma ser improcedente, sem funda - mento, a afirmação de que haveria redução do consumo de papel encontra-se em: “Aumentou o uso de papel em todo o mundo”.

02. QUESTÃO - E
O uso do papel é sujeito do verbo aumentar; um manual de instrução, do verbo corresponder.

03. QUESTÃO - C
Lombada significa “parte do livro oposta ao corte das folhas”, segundo o dicionário Houaiss. Trata-se de uma metonímia (sinédoque) que se refere, ironicamente, ao uso de livros como objetos de decoração.

04. QUESTÃO - D
A resposta encontra-se no último período do texto, em que o autor, de forma bem-humorada, considera que o livro será apenas um item decorativo.    

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