PRONOMINAISDê-me um cigarroDiz a gramáticaDo professor e do alunoE do mulato sabidoMas o bom negro e o bom brancoDa Nação BrasileiraDizem todos os diasDeixa disso camaradaMe dá um cigarro.Oswald de Andrade
O poema "Pronominais" de Oswald de Andrade, um dos expoentes da primeira geração modernista brasileira (década de 1920, especialmente após a Semana de Arte Moderna de 1922), apresenta várias características fundamentais do movimento modernista, como:
-
Versos livres: O poema não segue uma métrica tradicional nem rimas fixas.
-
Ruptura com os padrões da escrita tradicional: Usa linguagem coloquial, popular, próxima da oralidade — por exemplo, “Me dá um cigarro” em vez do gramatical “Dê-me um cigarro”.
-
Crítica ao passadismo acadêmico português: Há uma provocação clara à norma culta e à imposição da gramática portuguesa, destacando a fala popular do povo brasileiro como legítima expressão nacional.
Assim, a alternativa B sintetiza corretamente os traços modernistas do texto. As demais alternativas apresentam erros como:
-
A) e E): mencionam "versos alexandrinos", que são versos clássicos de 12 sílabas — algo que o modernismo buscava romper.
-
C): "idealização feminina" é característica do romantismo, não do modernismo.
-
D): fala em "conservação dos padrões da escrita", o que vai contra a proposta modernista de ruptura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário