(VUNESP) - QUESTÃO

Esse movimento descobriu algo que ainda não havia sido conhecido ou enfatizado antes: a “poesia pura”, a poesia que surge do espírito irracional, não conceitual da linguagem, oposto a toda interpretação lógica. Assim, a poesia nada mais é do que a expressão daquelas relações e correspondências, que a linguagem, abandonada a si mesma, cria entre o concreto e o abstrato, o material e o ideal, e entre as diferentes esferas dos sentidos.
Sendo a vida misteriosa e inexplicável, como pensavam os adeptos desse movimento, era natural que fosse representada de maneira imprecisa, vaga, nebulosa, ilógica e ininteligível.

(Afrânio Coutinho. Introdução à literatura no Brasil, 1976. Adaptado.)

O comentário do crítico Afrânio Coutinho refere-se ao movimento literário denominado
a) Parnasianismo.
b) Romantismo.
c) Realismo.
d) Simbolismo.
e) Arcadismo.



Temos no enunciado trechos que caracterizam o movimento do Simbolismo.
São eles:
“Poesia que surge do espírito irracional”, “oposto a toda interpretação lógica”, “diferentes esferas dos sentidos”, “vida misteriosa e inexplicável”, vida representada “de maneira imprecisa, vaga, nebulosa, ilógica e ininteligível”.

O Simbolismo surgiu na França, em 1857, com a publicação de As flores do mal, de Charles Baudelaire.
No Brasil, Cruz e Sousa, no ano de 1893, dá início ao Simbolismo com as obras Missal (prosa) e Broquéis (poesia).

Os simbolistas reagem contra os parnasianos a fim de evitar o aprisionamento da criatividade a modelos pré-elaborados, excessivamente formais e que se descuidam do conteúdo e do espírito. No Simbolismo há uma procura pela recuperação dos valores emocionais, da riqueza expressiva, do sonho, da fantasia e da musicalidade.
A força da espiritualidade, os sentimentos morais, o mistério da existência, o consciente e o subconsciente, o sonho e a metafísica formam o universo simbolista. Essa subjetivação colocou o homem à margem da realidade, o que conferiu aos simbolistas o apelido de nefelibatas, ou seja, aqueles que vivem no mundo das nuvens. 
No aspecto da linguagem, o Simbolismo explora as combinações sonoras e sensoriais. Vale-se, portanto, das aliterações, das assonâncias, das onomatopeias para extrair a musicalidade das palavras. Recorre à sinestesia para emaranhar as sensações.

(SARAIVA S.A. - Uvreiros Editores, São Paulo, 2013, pág 63)  

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