Movimentos emancipacionistas - resumo

Os movimentos emancipacionistas, foram movimentos conspirativos, de bases iluministas, que objetivavam a conquista da independência do Brasil. Eram rebeliões cujo objetivo era o de separação política, diferentemente dos Movimentos Nativistas que tinham um caráter local e um baixo grau de definição ideológica. Estes movimentos possuíam certa organização política e militar, além de contar com forte sentimento contrário à dominação colonial.

O século XVIII é considerado o Século das Luzes, pois nele surgiram o Iluminismo e as ideias liberais, as quais questionavam o Mercantilismo, o Pacto Colonial e o Intervencionismo estatal na economia.

Nesse período. o mundo ocidental passou por muitas transformações, decorrentes de processos históricos como a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e a Independência dos Estados Unidos da América, todo esse conjunto de mudanças tiveram muita influência nas revoltas brasileiras contra Portugal.

➤ Principais revoltas emancipacionistas:

- A Inconfidência Mineira em 1789.
- Inconfidência Baiana em 1798. e
- A Revolução Pernambucana de 1817.

➤ A Inconfidência ou conjuração Mineira

Foi um movimento separatista ocorrido na cidade de Vila Rica (Minas Gerais) no ano de 1789.  Entre os fatores que determinaram a Inconfidência Mineira destacam-se:

- Os excessos cometidos pelas autoridades escolhidas pelo governo português para a administração da região das minas, tendo em vista a decadência da produção do ouro.

- O sistema de cobrança do quinto devido à Coroa. Quando o ouro entregue não perfazia 100 arrobas (cerca de 1500 quilos), era decretada a derrama, ou seja, o que faltasse era cobrado, pela força de armas, de toda a população.

- As ideias revolucionárias do Iluminismo (liberdade econômica, liberdade de manifestação e a igualdade perante a lei) trazidas da Europa por estudantes que tinham realizado cursos superiores fora do Brasil.

- A independência das Treze colônias inglesas com o rompimento definitivo das colônias com a Inglaterra.

Os Inconfidentes chamados assim por não poderem revelar seu segredo, eram homens da elite de Ouro Preto.  Entre eles estavam o cônego Carlos Correia de Toledo e Melo, José de Oliveira Rolim e Manoel Rodrigues da Costa; os militares Francisco de Paula Freire de Andrade, Agostinho Lobo Leite, Antônio Melo, Joaquim Silvério dos Reis (delator do movimento), Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes e os poetas Cláudio Manoel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga.

➤ Propostas dos inconfidentes

- Independência da região (liberdade política);
- República;
- Incentivo às manufaturas (liberdade econômica);
- Criação de uma Universidade (liberdade intelectual);
- Igualdade Jurídica;
- Não propunham reformas sociais e Não havia consenso quanto à abolição;
- Estabelecer a capital em São João Del Rei;
- Adotar uma bandeira, que conteria a frase latina: libertas quae sera tamen (liberdade ainda que tardia).

O movimento foi denunciado ao governo, que o reprimiu com violência. Os líderes foram condenados a prisão ou exílio. Tiradentes foi condenado a morte na forca.

➤ A Inconfidência ou conjuração Baiana

Foi uma rebelião popular, de caráter separatista, ocorrida na Bahia em 1798. Foi a primeira conjuração organizada no Brasil por populares, como soldados e alfaiates e é por isso conhecida também com o nome de Revolta dos Alfaiates.

Os chefes da Inconfidência foram Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens, que eram soldados, João de Deus do Nascimento e Manoel Faustino dos Santos Lira, alfaiates. Teve como causa principal exploração de Portugal, principalmente no tocante a cobrança elevada de tributos. A conspiração foi fortemente influenciada pela Revolução Francesa, no seu período popular, e em alguns panfletos desse movimento aparecia o lema desta revolução: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Também teve influência na revolução do Haiti, Haitianismo.

➤ Os inconfidentes baianos pretendiam:

- implantar uma república;
- libertar os escravos;
- aumentar os soldos dos militares;
- extinguir o monopólio comercial;
- a definitiva separação da colônia de Portugal.

Após vários motins e saques, a rebelião foi reprimida pelas forças do governo, sendo que vários revoltosos foram presos, julgados e condenados.

➤ A Revolução Pernambucana

Foi um movimento separatista ocorrido em Pernambuco em 1817. Foi a última conjuração contra a coroa portuguesa. Sabe-se que o contexto da revolução pernambucana é diferente, pois a corte portuguesa já tinha chegado ao Brasil, desde 1808, e os pernambucanos, insatisfeitos com a crise do açúcar e explorados pela exclusividade comercial exercida pelos portugueses no comércio, gerou uma grande revolta das elites do nordeste com a decadência econômica e política da região e também dos mais pobres que sofriam com os altos preços cobrados pelos comerciantes portugueses, e estes se negavam a manter uma corte no Rio de Janeiro.

Influenciados pelos processos de independência das colônias espanholas da América do Sul e pelas ideias liberais que se espalhavam nesse período, também tentaram implantar a independência do Brasil, a proclamação da República, a Liberdade econômica, religiosa e de imprensa; a Igualdade jurídica e a Defesa da propriedade privada (terras e escravos).

Os revoltosos organizaram um governo provisório, cujas primeiras providências foram estender o movimento às outras capitanias, e procurar o reconhecimento do novo governo no exterior.

A revolta estendeu-se a Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O governo revolucionário pernambucano durou pouco mais de dois meses.

Assim como os outros movimentos, foi reprimido fortemente pelas forças militares do governo. Os líderes foram presos e alguns participantes condenados à morte. 

A Revolução Pernambucana de 1817 contribuiu decisivamente para a Independência. que ocorreu pouco mais tarde. Muitos de seus participantes tiveram destaque durante o Primeiro Reinado.



EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM

01. A Inconfidência Mineira, no plano das ideias, foi inspirada:

a) nas reivindicações das camadas menos favorecidas da Colônia;
b) no pensamento liberal dos filósofos da ilustração europeia;
c) nos principias do socialismo utópico de Saint-Símon;
d) nas ideias defendidas pelos pensadores absolutistas;
e) nas fórmulas políticas desenvolvidas pelos comerciantes do Rio de Janeiro.

02. No ano de 1817, na Provincia de Pernambuco, deu-se uma revolta contra o governo de D. João VI que ficou conhecida como

a) Revolução Liberal
b) Cabanagem.
c) Confederação do Equador.
d) Revolta dos Alfaiates,
e) Revolução Pernambucana.

03. Em 1798, surgiu na Bahia um movimento rebelde conhecido como Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, que contou com a participação das camadas sociais mais humildes. Esse movimento

a) pretendia fundar uma universidade e aproveitar as jazidas de ferro da região.
b) contava, no plano político, com elementos adeptos da monarquia constitucional.
c) defendia o estímulo à produção de couro e charque, principais produtos da Bahia.
d) foi o primeiro movimento de rebeldia no Brasil a questionar o Pacto Colonial.
e) defendia a abolição da escravatura e o aumento da remuneração dos soldados.

04.  Inconfidência Baiana teve influência dos ideais jacobinos e radicais da revolução:

a) Russa
b) Francesa
c) Farroupilha
d) Eslava
e) Inglesa

05.  Característica comum das três últimas rebeliões do Período Colonial - Inconfidência Mineira, Conjuração Baiana e Insurreição Pernambucana, o fato de:

a) terem sido conduzidas pelos mesmos grupos sociais;
b) possuírem como objetivo a extensão do movimento a todo o território brasileiro;
c) terem ocorrido em locais de economia agrária exportadora;
d) pretenderem organizar o mesmo tipo de governo revolucionário;
e) sofrerem influências de ideais políticos externos, principalmente franceses e norte-americanos.




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Respostas:
01 - B
02 - E
03 - E
04 - E



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