Leia o soneto de Luís de Camões para responder às
questões de 1 a 3.
Qual tem a borboleta por costume,que, enlevada¹ na luz da acesa vela,dando vai voltas mil, até que nelase queima agora, agora se consome,tal eu correndo vou ao vivo lumedesses olhos gentis, Aónia bela;e abraso-me, por mais que com cautelalivrar-me a parte racional presume.Conheço o muito a que se atreve a vista,o quanto se levanta o pensamento,o como vou morrendo claramente;porém, não quer Amor que lhe resista,nem a minha alma o quer; que em tal tormento,qual em glória maior, está contente.
(Luís de Camões. Sonetos, 1942.)
¹enlevada: atraída, fascinada.
01. QUESTÃO - No soneto, o eu lírico
a) compara-se a uma borboleta e os olhos de Aónia a uma vela acesa.
b) compara Aónia a uma borboleta e os olhos dela a uma vela acesa.
c) compara-se a um vivo lume e Aónia a uma borboleta.
d) compara Aónia a uma borboleta e os olhos dela à luz de uma vela acesa.
e) compara-se a um vivo lume e Aónia a uma vela acesa.
02. QUESTÃO - No soneto, o eu lírico dirige-se, mediante vocativo,
a) à vela.
b) a Amor.
c) à borboleta.
d) a Aónia.
e) à própria alma.
03. QUESTÃO - No trecho “em tal tormento, / qual em glória maior, está
contente.”, o eu lírico faz uso do seguinte recurso retórico:
a) pleonasmo.
b) eufemismo.
c) paradoxo.
d) sinestesia.
e) personificação.
01. QUESTÃO - A
Resolução: O eu lírico compara seu comportamento
ao de uma borboleta que se sente atraída pela luz da
vela acesa, a qual é associada ao olhar de Aónia.
02. QUESTÃO - D
Nos versos “tal eu correndo vou ao vivo lume/ desses
olhos gentis, Aónia bela”, o eu lírico dirige-se à amada
por meio do vocativo “Aónia bela”.
03. QUESTÃO - C
No fragmento “em tal tormento, / qual em glória
maior, está contente.”, o eu lírico vale-se da contra -
dição, uma vez que ele se manifesta contente a partir
do tormento amoroso que vive. Desse modo, ao se
igualarem conceitos opostos, tem-se a figura de
pensamento denominada paradoxo.
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