Pré-Modernismo - Resumo com exercícios

O Pré-Modernismo apresenta-se como uma fase de transição, que compreende o início do século XX até a Semana de Arte Moderna de 1922, onde os autores buscaram uma ruptura radical nos ideais, e seus temas constantes eram a denúncia da realidade político-econômico-social brasileira, a focalização de tipos marginalizados socialmente e o ecletismo (variação constante nos temas literários). O Pré-Modernismo foi um período de intensa movimentação literária que marcou a transição entre o simbolismo e o modernismo.

O Pré-Modernismo não é considerado uma escola literária (ou seja: um período literário com características próprias), mas sim uma fase de transição entre os movimentos literários do século XIX e XX, já que ele mistura, de modo diversificado, as características do Modernismo, do Parnasianismo, do Simbolismo e do Realismo. 

CONTEXTO HISTÓRICO

Seu contexto histórico é a República da Espada (1889-1894), os governos de Deodoro e de Floriano Peixoto, as revoltas da Armada, Federalista, Chibata e da Vacina. Além da Rebelião de Canudos, o cangaço, o fanatismo religioso (Padre Cícero). Nas cidades, a urbanização, imigração e a industrialização, as greves operárias, o avanço do ideal socialista/comunista. 

A obra que inicia o movimento é Os Sertões, de Euclides da Cunha, publicada em 1902, e o movimento encerra em 1922, na Semana de Arte Moderna.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-MODERNISMO 

De modo geral, são características do Pré-Modernismo: 
- transição entre os movimentos literários conservadores do século XIX (Realismo, Naturalismo e Parnasianismo) e modernos do século XX (Modernismo);
- oscilação entre a linguagem culta e coloquial;
- exposição da realidade social brasileira;
- regionalismo;
- nacionalismo;
- temáticas históricas, econômicas, políticas e sociais;
- Ruptura com o academicismo
- Ruptura com o passado e a linguagem parnasiana
- Linguagem coloquial, simples
- Marginalidade das personagens: o sertanejo, o caipira, o mulato

AUTORES BRASILEIRO PRÉ-MODERNISTAS

Nesse momento, os escritores assumem uma posição mais crítica em relação à sociedade e aos modelos literários anteriores.

Apresenta quatro prosadores de renome, sendo:

- Euclides da Cunha (1866-1909)

Euclides Rodrigues da Cunha foi um escritor, poeta, ensaísta, jornalista, historiador, sociólogo, geógrafo, poeta e engenheiro brasileiro. Ocupou a cadeira 7 na Academia Brasileira de Letras de 1903 a 1906. 

Euclides da Cunha: trabalhava no jornal A província de São Paulo, e foi mandado à Canudos a fim de escrever como correspondente para tal periódico. Acompanha a revolta, o massacre ordenado pelo governo republicano. A sua obra OS SERTÕES (1902), consiste numa compilação de seus relatos, onde mostra do lado do sertanejo, uma visão oposta da que se tem na região centro-sul, tornando o sertanejo um homem forte, um herói que sobrevive à condições desumanas. 

OS SERTÕES é uma obra de valor sociológico muito forte, pois, entre outros fatores, relata a sociedade nordestina num teor de estudo minucioso, a análise populacional, da vida do sertanejo, isso somado ao profundo patriotismo, que por vezes critica de certa forma os valores de "civilizado" e "bárbaro", tão cultivados pelo europeu. 

- Graça Aranha (1868-1931)

José Pereira da Graça Aranha foi um escritor e diplomata maranhense. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922.

- Graça Aranha em CANAÃ (1902), o autor narra a trajetória de imigrantes alemães na região do Espírito Santo. Um deles é nazista, e outro vê o Brasil como a terra prometida (eis o motivo do título da obra). É uma obra que mescla características deterministas e impressionistas, o autor procura focalizar a xenofobia gerada pelos nativos ao aceitar a comunidade alemã. 
No período, tivemos também um importante poeta, Augusto dos Anjos, sua obra caracterizou-se por possuir grande musicalidade, uso constante de figuras que lembrem as cores preto e vermelho, utilização constante de superlativos (os tais - íssimos), utilização de palavras maiores em seus versos, de adjetivos e de reticências e exclamações. Quanto ao tema, preocupou-se mais com a temática da morte, da tortura moral, do verme, da decomposição, de tremores noturnos e da podridão, hipocrisia do homem e falta de valores, embora de formação católica. Sua única obra foi Eu (1912).
- Monteiro Lobato (1882-1948)

José Bento Renato Monteiro Lobato foi um escritor, editor, ensaísta e tradutor brasileiro. Um dos mais influentes escritores do século XX, Monteiro Lobato ficou muito conhecido por suas obras infantis de caráter educativo, como por exemplo, a série de livros do Sítio do Picapau Amarelo.

Monteiro Lobato em URUPÊS (1918), o escritor relata a vida dos lavradores do Café, a alienação, o cenário caipira, tenta desvirtuar da imagem criada pela elite e mostra o caipira que não se preocupa com nada, regido pela "lei do menor esforço", é a crítica à modernidade (conservador), que exclui os menos favorecidos. 

- Lima Barreto (1881-1922)

Afonso Henriques de Lima Barreto, conhecido como Lima Barreto, foi um escritor e jornalista brasileiro. Autor de uma obra critica veiculada aos temas sociais, o escritor rompe com o nacionalista ufanista e faz críticas ao positivismo.

Sua obra, TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA (1915), o autor faz uma crítica ao regime republicano (Policarpo é funcionário público, e através dele se desenvolve uma caricatura de Floriano Peixoto), às influências de línguas estrangeiras que adentram nosso território, e mostra isso num linguajar irônico e ingênuo. Aliando ao ufanista e ao patriótico, o personagem principal tenta, sem sucesso, três projetos que visam melhorar o Brasil: transformar o tupi-guarani no idioma oficial, o projeto agrário totalmente nacional e um projeto político, sob a Revolta da Armada. 


EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM

01. Obra pré-modernista eivada de informações histórias e científicas, primeira grande interpretação da realidade brasileira, que, buscando compreender o meio áspero em que vivia o jagunço nordestino, denunciava uma campanha militar que investia contra o fanatismo religioso advindo da miséria e do abandono do homem do sertão. Trata-se de:

a) O sertanejo, de José de Alencar.
b) Pelo sertão, de Afonso Arinos.
c) Os Sertões, de Euclides da Cunha.
d) Grande Sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
e) Sertão, de Coelho Neto.

02. O autor de Triste fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista e aborda em seus romances a vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste o seu texto com a linguagem descontraída dos menos privilegiados socialmente.
O autor descrito acima é:

a) Euclides da Cunha
b) Graça Aranha
c) Manuel Bandeira
d) Lima Barreto
e) Graciliano Ramos

03. Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:

a) a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.
b) a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.
c) a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira.
d) a prática de um experimentalismo linguístico radical.
e) o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.

04. Na figura de ..................., Monteiro Lobato criou o símbolo do brasileiro abandonado ao seu atraso e miséria pelos poderes públicos.

a) O Cabeleira
b) Jeca Tatu
c) João Miramar
d) Blau Nunes
e) Augusto Matraga

05. Criador da literatura infantil brasileira. Criticado por seu agnosticismo, pois era influenciado pelo evolucionismo, positivismo e materialismo de fins do século passado.

a) Monteiro Lobato
b) Jorge de Lima
c) Rui Barbosa
d) José de Anchieta
e) José Lins do Rego



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Respostas:
01 - C | 02 - D | 03 - C | 04 - B | 05 - A

2 comentários:

  1. QUESTÃO:

    (UFRGS-RS) Uma atitude comum caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Pode ela ser definida como:

    A) a necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas românticas e realistas.
    B) pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura, que julgavam por demais europeizada.
    C) uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira.
    D) a necessidade de fazer crítica social, já que o Realismo havia sido ineficaz nessa matéria.
    E) aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária brasileira, desde suas primeiras manifestações.

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    1. Resposta: uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira.

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