Leia o poema de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa.
As rosas amo dos jardins de Adônis,
Essas volucres¹
amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.
¹ volucre: que tem vida curta.
A imagem da “rosa”
A) simboliza toda a natureza, com a qual o eu lírico está envolvido e da qual ele depende para que sua vida seja satisfatória.
B) representa a delicadeza e a beleza do amor que o eu lírico sente, declara e tem a intenção de dividir com sua amada.
C) apresenta a ideia da efemeridade da vida a fim de defender que cada dia deve ser aproveitado sem preocupações com o passado ou com o futuro.
D) substitui inicialmente a imagem da mulher amada, Lídia, a fim de enaltecer sua beleza.
E) colabora para definir uma perspectiva de mundo centrada no indivíduo, a flor, deixando a coletividade, o jardim, em segundo plano.
As rosas amo dos jardins de Adônis,
Essas volucres¹
amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.
(O guardador de rebanhos e outros poemas, 1997.)
¹ volucre: que tem vida curta.
A imagem da “rosa”
A) simboliza toda a natureza, com a qual o eu lírico está envolvido e da qual ele depende para que sua vida seja satisfatória.
B) representa a delicadeza e a beleza do amor que o eu lírico sente, declara e tem a intenção de dividir com sua amada.
C) apresenta a ideia da efemeridade da vida a fim de defender que cada dia deve ser aproveitado sem preocupações com o passado ou com o futuro.
D) substitui inicialmente a imagem da mulher amada, Lídia, a fim de enaltecer sua beleza.
E) colabora para definir uma perspectiva de mundo centrada no indivíduo, a flor, deixando a coletividade, o jardim, em segundo plano.
O heterônimo de Fernando Pessoa, Ricardo Reis,
aborda a temática da transitoriedade da vida, como
se nota, por exemplo, em “O pouco que duramos”. O
eu lírico convida a parceira amorosa, Lídia, a viver
intensamente o tempo presente, retoma-se, assim, a
tópica greco-roma do carpe diem, característica
recorrente da poética de Ricardo Reis, o heterônimo
de vertente clássica.